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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Mostra expõe o novo teatro curitibano

(Fonte: Gazeta do Povo)
Autoria: Helena Carnieri
Divulgação
Louvores, por Melissa Barbosa, com texto de Cynthia Becker (Divulgação)
Louvores, por Melissa Barbosa, com texto de Cynthia Becker
“A carne já vermelha/ Não adiantou sentir/ Não me pertence mais/ Meus semeadores/ Obrigado.” Poderiam ser versos de um poema, mas é uma peça curitibana, Coração de 29 Polegadas, que integra a próxima Mostra de Dramaturgia Sesi – Teatro Guaíra 2013, com espaço para textos de interpretação aberta em montagens que privilegiam o sensorial e o lirismo.
O evento acontece de 3 a 15 de dezembro, no Teatro José Maria Santos, e traz 16 peças inéditas selecionadas pelos alunos do Núcleo de Dramaturgia e Encenação do Sesi/PR em conjunto com o coordenador Roberto Alvim, entre mais de cem textos escritos a partir de 2010.

Coração... é um texto de Léo Moita, ator da Minha Nossa Companhia, que cursou teatro na Faculdade de Artes do Paraná e foi um dos principais destaques da mostra do Núcleo no ano passado, com Melhor Ir Mais Cedo Pular da Janela.
Para dar voz ao novo roteiro, que ele mesmo dirige, o paulista convocou as atrizes Fernanda Perondi e Moira Albuquerque. “Duas vozes femininas vão falar poeticamente sobre esse músculo”, disse à Gazeta do Povo, referindo-se ao coração e ao instante em que ele para. Assim como no texto do ano passado, interpretado em monólogo por Val Salles, este fala de amor, suicídio e vida eterna. O cenário, que tem apenas duas placas enferrujadas ao fundo e uma paisagem que sugere um limbo, poderá “dar a leitura de fim do universo”, conforme Léo.

Recursos
Minimalismo é a palavra de ordem nas montagens do núcleo, e não apenas por contenção de custos. No caso de Devastidão, escrita por Andrew Knoll e dirigida por David Mafra, o único elemento cenográfico deverá ser uma instalação com galhos secos, criada pela artista plástica Manu Daher. “Trabalhamos muito com o imaginário e o sensorial”, explica David. O texto interpretado por três atores remete a memórias de infância, cujo impacto é sentido em outras etapas da vida do personagem. “O texto aborda diversas questões com sutileza, mostrando como essa pessoa lida com o passado.”
Nesse caso, a iluminação é operada pelos próprios atores por meio de lanternas, usando o contraste entre claro e escuro nas cenas.
Em geral, o desenho de luz dos espetáculos é influenciado pelo diretor Roberto Alvim, que tem fundado uma estética muito particular em suas produções, bastante calcada no uso do escuro.

Em Frenesi, Raquel Schae­­­dler toma para si a tarefa de criar a iluminação, que, se é fria e usa lâmpadas led, como o mestre, por outro lado, traz cores e informações do rosto dos três atores. O texto, também dela, parte da “sexualidade em suas facetas mais obscuras, entendida como pulsão atravessada pela cultura”.
Essa foi a faísca inicial. Quando escreveu o texto, Raquel, que tem 26 anos, conta ter se sentido conectada a um estado de espírito que a inspirou – mas o resultado não é autobiográfico, segundo ela.
Em sintonia com o caráter formativo da mostra, haverá duas palestras sobre as artes cênicas com nomes importantes do teatro nacional, com quem a produção ainda está em negociação.
Além de uma oficina de crítica ministrada na primeira semana de mostra, pela crítica curitibana Luciana Romagnolli, as peças receberão críticas escritas por Soraya Belusi, publicadas no site do evento e republicadas pela Gazeta do Povo on-line.

Peças
Saiba quais são as peças selecionadas para a mostra de dramaturgia e seus diretores:
• O Gafanhoto, de Paulo Zwolinski, por Don Correa.
• A Multidão num Mínimo Espaço de Fúria e Medo, de Alexandre França, por Solange Rodrigues.
• Toraxx, de e por Jean Carlos de Godoi.
• Coração de 29 Polegadas, de e por Leo Moita.
• Histórias de Cachorros e Outros Animais, de Ana Johan, por Talita Neves.
• Frenesi, de e por Raquel Schaedler.
• Devastidão, de Andrew Knoll, por David Mafra.
• Full Contakt, de e por Andrew Knoll.
• Asas da Boca, de Leo Moita, por Murilo Cesca.
• Hipotermia, de Max Reinert, por Gerson Delliano.
• Corte Pálido, de Andrew Knoll, por Carolina Meinerz.
• Again, de e por Carolina Damião.
• INUMA, de e por Cynthia Becker.
• Louvores, de Cynthia Becker, por Melissa Barbosa.
• Mar, de e por Alexandre Lautert.
• A Sopa, de Silvia Monteiro, por Alex Wolf.
• Fim, de João Agner, por Thiago Batista.
• Sete, de Dione Carlos, por Thadeu Perone.
• Leituras dramáticas (Sesi SP)
• Eu Também, de Lucas Lassen, por Lavínia Pannunzio.
• Tal Vez, de Kely Varella.

Programe-se
Mostra de Drama­­­tur­­­gia Sesi – Teatro Guaíra 2013

Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655), (41) 3322-7150. De 3 a 15 de dezembro, de terça-feira a domingo, em vários horários. Entrada franca. Críticas, programação e informações emwww.sesipr.org.br/nucleodedramaturgia.

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